sábado, 18 de dezembro de 2010

XXIX - MULTIFORME
























MULTIFORME

Revendo o verso quando a rima arranha
Certa noite em festim de uma façanha
Em seu poder que cada um domine
Seja a paixão disposta em magazine

E tal rigor liberto da artimanha
Possível em nua boca, a tua entranha
Num gesto que insinua e bem define
O que de mim escapa e nem previne

Nesse lugar que o ópio faz a hora
Gritando à vida em fogo impositivo
Paira capaz vontade sem demora

E dessa dança nasce o convulsivo
Incêndio que nos pega noite afora
Nos mata de o querer assim tão vivo

Miguel Eduardo-

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