sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

XCVIII - Prisão Domiciliar

Prisão Domiciliar

O medo paralisa a tentativa 
Mantendo em seu refúgio algum segredo
Esconde certa culpa ou verdade
Ninguém sabendo assim o seu defeito

A vida assim vivida em defensiva
Que o espírito encobre pelo enredo
É apenas o passado, a veleidade
Que até seus versos mentem por despeito

Maior ardor, alquímica redoma 
Certeza é o tempo que esvanece, mata
Com a mesma rapidez de cada instante

Decerto aqui o verso que me toma
Jamais pretenda ser aristocrata
Pois lhe é presente a vida angustiante

(Miguel Eduardo Gonçalves)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

XCVII - Curiosidade ao pé de mim.....

Curiosidade ao pé de mim
Sentida ao vento insaciável
Valia essa mulher por mil 
Tamanha a paixão expedida

E a grande festa assim-assim
Em corpo sublime, palpável
Nascida em ânsia e amor febril
A carne ardia sem saída 

Mistério de um desejo raro
Aquele que há de calar
A força da fome animal

E além, do primitivo faro
Saber-se esculpido no par
Enleio em verniz seminal

(Miguel Eduardo Gonçalves)