terça-feira, 31 de janeiro de 2012

LXVI - FRENESI...

No carinho das noites estreladas
Mítico para ser todo delírio
Na seara de vozes encantadas
Timbra singelo tom como colírio

A noite está de mãos deliciadas
Tão cúmplice de nós, em prata lírio
A perpetrar nas áreas mais sagradas
Onde o prazer invade quente e frio

Cálice borbulhante de cristais
A retinir os ais inquietamente
Por suspiros letárgicos, -demais-

No frenesi dos corpos mais demente
Radiante gosto, campos siderais
Numa boca enroscada em cada ventre

Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 29 de janeiro de 2012

LXV - Da arte do viver...

Da arte do viver, o nascimento
Por acerto da sorte validou
Pois foi que então por mim me fiz momento
Medida que ninguém reivindicou

E o tempo assim falou, jogou-se em flores
Já sei donde advém estado igual
Estrelas lá no céu são teus amores
Teu ânimo cantado em ritual

Extremo esse querer, mas pertinaz
Areia e terra e pó nem repartidos
Efêmero que o amor o mundo faz

Edifício do bem e adolescente
Dos versos voos ligeiros pressentidos
Manchete que me fez e me consente

Miguel Eduardo Gonçalves