terça-feira, 31 de maio de 2011

XLVIII - POEIRA MARAVILHOSA


















Pelo aroma me persigo
Vem do plácido distante
Regressado em que me abrigo
Mesmo sendo o ‘meu’ mutante

O quase, em submisso instante
Abre espaço ao ‘ser’ antigo
Suspenso onde me garante
Condição de ser ‘comigo’

Para quem de si espera
O ausente enleio e disperso
O que dentro em nós se gera

Porque somos no universo
Grãos de vida na biosfera
Donde és olor imerso

Miguel Eduardo Gonçalves
31/5/11

sábado, 14 de maio de 2011

XLVII - TULIPA


















TULIPA

Tão majestosa e fina em cada esquina
Desejo em que meus olhos não vacilam
Errantes pelo corpo que alucina
Carícias tão febris que as chamas gritam

Que a pele cresta e espera suavemente
Da hora em que essas coxas são os astros
Qual velas sob luz impaciente
O vento necessário pelos mastros

Na íntegra uma vida e humanas seivas
Ao laço da gentil fusão ferrenha
Que pétalas se abram satisfeitas

E desse lábio-mel, princesa, fale
Tão forte, até que em cheiro chegue e tenha
A sílaba que espero que me cale

(Miguel Eduardo Gonçalves)