domingo, 27 de fevereiro de 2011

XXXVI - CONTRASTES























CONTRASTES

É lindo o entardecer de aveludado céu
Quando vai lentamente anoitecendo o ar
Que se abandona e traz em suavidade um véu
E um sorriso divino faz-me acreditar

Intimamente sinto, mesmo assim distante
Que posso sim ser sol pra sempre iluminar
Trazer minha alegria luminosa e constante
Na certeza de enfim poder pra ti brilhar

Qual uma seiva nova sabe a coquetel
Satisfazer, desejo como o verde amar
De uma golada só em brinde o tal pitéu

Na beleza do puro rosto radiante
Tão grande enternecer se faça no encantar
De mais um casto sonho liberto e cantante


TÂNIA REGINA DE OLIVEIRA VOIGT
E MIGUEL EDUARDO GONÇALVES

domingo, 20 de fevereiro de 2011

XXXV - FENIX

















Ansioso amor se fez em cada esquina
Desejo em que meus olhos repousaram
Ficando pela hora que alucina
As carícias febris que me gritaram

E a pele cresta delicadamente
É noite em que tuas coxas são os astros
Constelação que tudo junta ao ventre
Com forças acenando de altos mastros

Entre o fascínio da discreta relva
Flor da paixão talvez fusão que cale
Singrando os ares como venta a selva

Que dos teus lábios de princesa fale
À noite única a palavra esbelta
Em cujo efeito a fêmea graça paire

Miguel Eduardo-

XXXIV - KUNDALINE

























No despertado rito dos amores
Saber de pele que o desejo afaga
Segredo é desvendado quando fores
Eterno paraíso, a madrugada...

Arrebatando a gula mil sabores
Atirem-se à ventura que me traga
A fúria do prazer por tais odores
Em contenda de lide incendiada.

Certa maneira bela a mente veste
Que ao corpo sensação desperta a vida
Na amável sedução da luz que despe...

Por si esse momento é sem saída
Resume-se a um ato inconteste
Que faz a humana seiva assim parida!

Miguel Eduardo-

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

XXXIII- AÉTICO

























Na transparência extática do mal
Templo do inconsciente reprimido
A revolta absoluta e passional
Faz teatro, repousa e tem sentido

À custa da partilha atemporal
A essência do que fora repartido
Faz do sexo por sexo um ritual
Suicídio da emoção de um pervertido

Na forma virtual do seu fazer
O concreto saber e a covardia
Mais distinguem na espécie o humano ser

Linguagem preparada que abrevia
Na pele de um cordeiro subjazer
Quem sua libido atiça à revelia

Miguel Eduardo-