segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013!




FELIZ 2013!





Teremos muita sorte acaso a vida

Preencha-nos com a tal felicidade

Num riso acolhedor como guarida

Sarau da temporada à dignidade!



E a gente faça o instante ser partida

Distante do desejo da verdade

Que imerso num azul tão sem medida

Do céu a solidão inteira invade...



À força dos prazeres deste ano

Versado esperar aqui se faça

Em própria maravilha, soberano



Que assim a nossa parte vem de graça

Qual brilho do frescor de um mar praiano

Que poupa a realidade da ameaça.



Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 29 de dezembro de 2012

LXXXVI - CRIAÇÃO


CRIAÇÃO

Numa literatura enriquecida
Pelo charme em que a sorte faz morada
Inspira-se a palavra cometida
Pensando a ocasião a ser trilhada...
Leitura de um passeio pela vida
Ao infinito estende-se versada
E de excitada faz-se então sortida
Ampliada versão de uma esplanada!

É raio de beleza que se abisma
E cai na intuição de qualquer jeito
Fazendo delirar como sofisma...

E nesse grito mudo aqui desfeito
Desfilo pelo palco cada cisma
Na sombra ainda quente do meu pleito.
MEG

LXXXV - APAIXONADAMENTE

Apaixonadamente

Do sexo a liberdade é temporada
Indissociavelmente da libido
E quanto mais a posse é então velada
O espasmo nos repassa ensandecido.

Triunfo dá-se à fome alimentada
Da natureza é lei e não conflito
Efêmero arrepio nos arrecada
É pele indisfarçável, veredito...

E essa linguagem física é a cena
Consiste impaciente nos sentidos
Alarga-se à gente numa arena!

Que fins mais refinados acendidos
São esses que dominam à mão-pequena
Os dias que se vendem por gemidos!
MEG

domingo, 29 de julho de 2012

LXXXIV - NADA DIGO QUE NÃO SEJA



Na breve imaginação
Nela influindo esse jeito

Que me toma em adoção

Qual poema em que me deito


Num sonho quase desfeito
Faço esplender a emoção

Onde me ampara perfeito
Um destino em construção


Revejo o tempo vivido
Projeto em dias faustosos

Onde eu não seja contido

E com versos poderosos
Desencanto é interrompido

Por desejos caprichosos

(Miguel Eduardo Gonçalves)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

LXXXIII - REALIDADE

Em seu momento o tempo necessário
No inevitável de um passado morto
Porquanto tido num disperso armário
Em temerário aquém anseio absorto

A vida na verdade é aquele horário
Que vaga entre o querido e o desconforto
De ser o que deveras me é vário
Qual sede de querer-se a flor num horto

Nesse lugar de éter se define
Paira capaz desejo sem demora
É fato destemido que retine

E o Incêndio perdura noite afora
Provando que a paixão é um magazine
Oferta de gracejos nesse agora

(MEG) 

LXXXII - SOLUÇÃO...

O preço a pagar não cessa
No jamais dos pensamentos
Onde haja uma promessa
Prazerosa aos sentimentos

Sensações disparam pressa
Se delas os bons momentos
Onde a ânsia de confessa
Vá pelos corpos sedentos

No deleite da ilusão
Farsante sonho não ser
Forjado momento vão

Sintonia c’o prazer
Faz da vida a solução   
Do melhor acontecer

(MEG) Santos, 25-7-12

domingo, 22 de julho de 2012

LXXXI - SIDERAL


SIDERAL

Espero por um verso e nada vem
Perdidas num pensar que é racional
Palavras nos sentidos que lhes dão...

E o corpo está distante e a mente aquém
Arrancados de si no essencial
Que é de cada um sua ilusão...

Agora o frágil sangue de uma flor
Ouvindo a solidão que é tão real
Regressa em leve tom sensorial
Listando um sentimento em cada cor...

E faz-se a inspiração artesanal
Vontade de um momento inquietador
Fomenta este soneto de esplendor
Tentando a poesia sideral!     

Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 21 de julho de 2012

LXXX - UNIVERSO



Imagem: sistermoon.art


UNIVERSO

Perdido pelo tempo inexorável
No estorvo do porquê de uma recusa
Um fato bebe à luz em mim saudável
Inibindo a tristeza que me cruza!

Que sobre o mundo segue irrefreável
Qual sorte que se vai, achou-se intrusa
Ideia arquitetada no improvável
Mas sou o simbolismo que a conduza...

Encantamento feito a preencher
Etapa essencial que primavera
Nas fases das amostras do teu ser!

Que a vida só espera acontecer
A quem a viva como a uma quimera
No brilho apaixonado do prazer...

Miguel Eduardo Gonçalves

LXXIX - ALQUIMIA





imagem: sistermoon.art


Cintilando sonhos os sentidos
Conflitos guardados pelas pálpebras

Na hora exilada da memória
Desnudando um gênio oportunista...

O corpo ficara abandonado:
Devesse ele ser fantasioso
Distinto da mente entorpecida!

E assim divagando em coloridos
Sou eu me sentindo pelas quebras
Que esbarro nas asas dessa história
Calma solidão mais folclorista!

Alucinação que faz o estado:
Ao zumbir do tempo temeroso
A fatalidade de uma vida!

(
Miguel Eduardo Gonçalves)

sábado, 7 de julho de 2012

LXXVIII - SOLAR


Em sonho multipartido
Aparência que me alerta
Por amor intrometido
Essa verdade encoberta

É desejo que desperta
Está em qualquer sentido
Pois pensa uma descoberta
Na beleza que presido

Nossos corpos, universos
 Como estrelas em passeio
Movimentam-se dispersos

Focado zelo em que anseio
Pela força destes versos
Nosso ego em devaneio

(MEG)

domingo, 10 de junho de 2012

LXXVII - INSINUANTE...


Para o capricho pleno fecundar
Como clareia a lua a noite escura
Desponta verdadeiro desnudar

Certo aroma escondido na candura
Debanda a timidez pela aventura
Desperta gula faz-se num olhar
Enquanto chama dure essa loucura
No ardente sobressalto a desfolhar

Tanto agradece aos bis que até se ri
Beijo guloso em lábios tem morada
São pétalas bailando em frenesi

Vontade tropical apaixonada
Que enlaça corpo e língua, e nem aí
Resolve a coisa de uma talagada

Miguel Eduardo Gonçalves

sábado, 2 de junho de 2012

LXXVI - PAIXÃO (II)

Quando o sol estiver a pino regulado
E for um abraçar maior que pegue o mundo
O tempo será claro, azul, arregalado
Vestido só de céu, como um olhar profundo.
Já nós seremos fogo ao vento persistente
Quando o desejo seja o anseio percebido
E o mundo inteiro tal esse calor da gente
Exultante paixão, dela a fazer-se ungido.
Sem artifício algum, prazer tão aclamado           
Em desejoso sexo o tempo dure e aja
E fato, submetendo, há de ser refinado
O próprio ato em si, por tanto que encoraja.

Que essa verdade humana atente com veemência
Pois, verdadeiramente, ativa a saliência!


(Miguel Eduardo Gonçalves)

LXXV - RARA BELEZA


Florescendo da moça estonteante
Farto encanto por que se aparecia
Apelante desejo em sintonia
Frenesi com poder narcotizante.

Do verão a umidade reticente
Nesse mar da miragem sem igual
Convincente manchete, de atual
Que maduro esse fruto me consente.

Inda mais, que dos bicos um segredo
Latejando aos olhares sucessivos
Adivinha meus atos convulsivos...

Ornamentos em gestos, um brinquedo
Pensa amante, constrói-se nesse enredo
Mansamente explodindo nos sentidos!  

(Miguel Eduardo Gonçalves)

LXXIV - MAESTRO (II)

LXXIV - MAESTRO II  

Sou a batuta que me tem
Pois sei que nela existe vida
Na harmonia daqui e além
Dando aos acordes a investida.

Essa, que entre as coisas mais raras
O tom oferece aos sentidos
E os deslumbra com suas aparas
Senões a domar os ouvidos.

Diante de mim, como um feitiço
Aos olhos inflamam-se as cores
Ponteio intervalos, por isso

Como luz que harmoniza amores               
Em meu coração aterrisso...
Esse meu sol com seus valores!
(Miguel Eduardo Gonçalves)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

LXXIII - VISLUMBRE

Quanto sutis se querem tais momentos...
Vêm do erotismo pleno se mostrando
Teus lábios dos sabores tão sedentos
Por mim cumprindo a saga em que me expando!

Caminhos que me avivam sentimentos...
Capricho que se chega inebriando
De uma cintura feita aos movimentos
Troféu que não demora a meu comando!

Qual força afina-se, nomeia o ato
Que frenesi do ânimo se torna
Em noite que incandesce e apura o fato?

Inexplicável templo achado exato
Sob o vestido enleio que o adorna
E aos poucos abandona o anonimato.

Miguel Eduardo Gonçalves

LXXII - Elixir de sonho bom


No jardim dos pensamentos
A vontade da promessa
Dá comando aos sentimentos
De fazer suar à beça...
Lá se formam bons momentos
Sensações disparam pressa
Pelos corpos mais sedentos
Em que a ânsia recomeça
Pra deleite da visão
Rebolante luz de velas
A pôr fogo na ilusão
Desfazendo-se em quimeras
Tal como ondas de um marzão
Pelo estar no meio delas!

Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 9 de maio de 2012

LXXI - Licença à Palavra

Para ficar no estrito necessário
E ao pé da letra o instante indiferente
Neste soneto apenas um sumário
Do que me diz a alma certamente

E disso o estar ciente, por hilário
Ao céu da minha obra é silente
Não diz respeito a ela um anuário
Que sobre mim exponha o evidente

As letras são amigas da emoção
Dos sonhos cores, não suas conclusões
E a um poema é como elas se dão

Poema que transvasa mil senões
Não é recado nem é discussão
Tão só contempla alvos de afeições

Miguel Eduardo Gonçalves

terça-feira, 8 de maio de 2012

LXX - ÁGUA (criação coletiva)

Água

H20 é água, água só.                                   p 
Vital à vida e a vida a tem sem sobra...         r
Mas há no desperdício, de dar dó                m
um mal que é incontido, triste obra...            r 

Mais vale em sortilégio, e muito pró             m
sonhar, sim, com o futuro que desdobra       r
a natureza em vida do seu pó                       m
o mesmo que por pouco não soçobra.         r 

O amanhã, que não chora nem sorri             m
fará lembrar que a água é um tesouro          r
insofismável mãe de lá e daqui!                    m

O seu valor excede muito ao ouro               r
é o equilíbrio que nas nuvens li                     m
que desça sobre nós torrente... Estouro...     r

p. Paulo Camelo, r. Ronaldo Rhusso e m. Miguel Eduardo Gonçalves

Soneto composto em http://descansodasletras.forumeiros.com/

domingo, 6 de maio de 2012

LXIX - AUSENTA-SE DE MIM CERTA DISTÂNCIA

Ausenta-se de mim certa distância
Colado sinto à pele o que há na mente
O mundo eternizado numa ânsia
Tão como te expõe a mim pra sempre

Pois pensa uma ansiedade, que ciente
De que se guia farta de elegância
Estreita o nosso espaço e nos consente
Na cama que faísca na abundância

Fragrância que por fim a tudo cala
Na forma que o instante eriça os pelos
Na cena que sublima a nossa gala

Paixão que é do furor por seus modelos
-Como porta-bandeira e mestre-sala-
Tão dada inteiramente por desvelos

Miguel Eduardo Gonçalves

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LXVIII - SEQUESTRO DE MENTES

SEQUESTRO DE MENTES

A vida mostra aqui, não mostra lá
O que diante dela se vislumbra
E não desaparece pelo ar
Se não acreditamos que retumba

Atores, num tablado em tafetá
Tecido, exibem prova que deslumbra
Cingindo em maravilhas o altar
De uma crença, tolice que os incumba

Abracadabra em passe de um ser nulo
A ignorância preenche, que bajula
Quem cegamente crê em caricatura

Uma 'virgem qualquer' é seu casulo
Sensação que o ilumina como cura
Lavagem cerebral que inspira e adula

Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 9 de abril de 2012

LXVII - Profundo amanhecer...

Profundo amanhecer de altivo aspecto
Daquela onipotente fresta nasce
E tudo se alvoroça e faz-se inquieto
É o fogo fortemente como esparze

Nos cobre impetuoso e circunspecto
O sol pela janela sem impasse
Explode no colchão já não secreto
De um mundo de paixões descobre o enlace

Põe luz nos movimentos que almas têm
Prodígio que faz doce a humanidade
Lambendo-lhe as carnes sem desdém

Submete cada mente e a intimidade
E à sombra de seu manto nos mantém
Com força renovada de verdade

(Miguel Eduardo Gonçalves)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

LXVI - FRENESI...

No carinho das noites estreladas
Mítico para ser todo delírio
Na seara de vozes encantadas
Timbra singelo tom como colírio

A noite está de mãos deliciadas
Tão cúmplice de nós, em prata lírio
A perpetrar nas áreas mais sagradas
Onde o prazer invade quente e frio

Cálice borbulhante de cristais
A retinir os ais inquietamente
Por suspiros letárgicos, -demais-

No frenesi dos corpos mais demente
Radiante gosto, campos siderais
Numa boca enroscada em cada ventre

Miguel Eduardo Gonçalves

domingo, 29 de janeiro de 2012

LXV - Da arte do viver...

Da arte do viver, o nascimento
Por acerto da sorte validou
Pois foi que então por mim me fiz momento
Medida que ninguém reivindicou

E o tempo assim falou, jogou-se em flores
Já sei donde advém estado igual
Estrelas lá no céu são teus amores
Teu ânimo cantado em ritual

Extremo esse querer, mas pertinaz
Areia e terra e pó nem repartidos
Efêmero que o amor o mundo faz

Edifício do bem e adolescente
Dos versos voos ligeiros pressentidos
Manchete que me fez e me consente

Miguel Eduardo Gonçalves