quarta-feira, 9 de maio de 2012

LXXI - Licença à Palavra

Para ficar no estrito necessário
E ao pé da letra o instante indiferente
Neste soneto apenas um sumário
Do que me diz a alma certamente

E disso o estar ciente, por hilário
Ao céu da minha obra é silente
Não diz respeito a ela um anuário
Que sobre mim exponha o evidente

As letras são amigas da emoção
Dos sonhos cores, não suas conclusões
E a um poema é como elas se dão

Poema que transvasa mil senões
Não é recado nem é discussão
Tão só contempla alvos de afeições

Miguel Eduardo Gonçalves

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