terça-feira, 30 de novembro de 2010

VIII - OLHAR CERRADO



















OLHAR CERRADO

Tanto tempo estrelou-me a companhia
Uma, que o pensamento mal oculta
Porquanto ainda vive como ardia
E faz a gula tanta que me insulta

Ritual majestoso que aprecia
Como um olhar certeiro mais exulta
E se aprofunda e faz da pose esguia
Nascer no fundo meu o que resulta

O ser na minha mente qual orquestra
Em cada acorde o vento em ventania
Na música que sinto que me amestra

Mas, percebida assim, fosse volúpia
Haveria de ser por essa fresta
Certa visão perdida de luxúria

Miguel Eduardo Gonçalves


Um comentário:

Marilândia Marques Rollo disse...

Rituais majestosos inauguram mais um ciclo do notável autor.
Em cada "acorde de teus poemas", Miguel, uma nova sensação, um luzir de "volúpia" - frestas que galhardamente se abrem em nossos sentimentos.
Sublimes temas musicais os enriquecem, acalentando almas e corações.
Beijos.
Marilândia