domingo, 8 de junho de 2014

CXI - RECREIO DA SACIEDADE



Concede-me outra vez aquele olhar sem fim
Em que perdido fico ainda em louco ardor
Que sabe a noite, enfim, fazer-se lenta em mim 
Leitura aberta ao ser calor por fora ator

Por dentro espreita além, me deixa como vim
Ao mundo respirar, quão nua vens no amor
Que ao toque num desdém, te arde a pele assim
Praiano galopar em tez de um sol reitor

Desejo aplaude em pé e inunda a excitação
Regressa do ideal, havido simplesmente
Do primoroso dia aberto a essa intenção

Um só a dois que a urgência anima e faz fremente 
Necessidade audaz vinda em transpiração
Que à gestual frequência insurge entorpecente


(Miguel Eduardo Gonçalves)

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