segunda-feira, 30 de junho de 2014
CXIII - EM CADA OLHAR
Nos acordes da emoção
Veio sussurrante a lua
Em matizes de expressão
Que na intenção continua
E a noite vibra ao sol posto
Tal perfume que extasia
Singrando pelo bom-gosto
Toda a sua fantasia
E assim é a total entrega
Ilimitada paixão
Em que a excitação navega
Qual furor que tira o chão
Sendo anseio que fumega
Tanto atiça a comichão
(Miguel Eduardo Gonçalves)
segunda-feira, 23 de junho de 2014
CXII - INSTINTOS
No despertado rito
dos amores
Sabor de pele que o
desejo afaga
Segredo é
desvendado enquanto fores
Eterno paraíso, a
madrugada
Achada exata gula
em mil sabores
Querida festa em
lide incendiada
Libido vinda em
fúria dos odores
Atira-se ao prazer
e não se apaga
Por si esse momento
é sem saída
Resume a sensação
mais inconteste
Que faz a humana
seiva assim parida
Quão grata é a sedução
da luz agreste
Que à mente extrai
o ato que traz vida
Ao corpo com a nudez de que o reveste
(Miguel Eduardo
Gonçalves)
domingo, 8 de junho de 2014
CXI - RECREIO DA SACIEDADE
Concede-me outra vez aquele olhar sem fim
Em
que perdido fico ainda em louco ardor
Que
sabe a noite, enfim, fazer-se lenta em mim
Leitura
aberta ao ser calor por fora ator
Por
dentro espreita além, me deixa como vim
Ao
mundo respirar, quão nua vens no amor
Que ao
toque num desdém, te arde a pele assim
Praiano
galopar em tez de um sol reitor
Desejo
aplaude em pé e inunda a excitação
Regressa
do ideal, havido simplesmente
Do
primoroso dia aberto a essa intenção
Um
só a dois que a urgência anima e faz fremente
Necessidade
audaz vinda em transpiração
Que
à gestual frequência insurge entorpecente
(Miguel
Eduardo Gonçalves)
CX - FETICHE
Florescia
da musa estonteante
Forte
encanto por que se aparecia
Apelante
desejo em sintonia
Com
o seu frenesi alucinante
Do
verão a umidade reticente
Sendo
nela miragem sem igual
Convincente
manchete, que atual
De
maduro esse fruto me consente
Inda
mais que dos bicos um segredo
Latejante
aos olhares sucessivos
Adivinha
em meus atos convulsivos
Ornamenta-se
em gestos, um brinquedo
Faz-se
amante, constrói-se nesse enredo
Explosão
mansamente dos sentidos
(Miguel
Eduardo Gonçalves)
CIX - LOUCAAAA!!!
Por
entre o vaporoso teu perfume
Sensível
flor que aponta a minha rota
E
aos olhos vai trazendo de costume
A
febre do desejo gota a gota
E
em tons as cores traçam teu volume
Fantasiado
em face desta grota
Que
o frêmito contrai e lhe dá lume
Bem-vinda
sinfonia tão marota
É
a forma como fazes dentro em mim
Tal
néctar de um penhasco se derrama
Deixando-me
a galgar como em festim
Quisesse
na magia dessa cama
Poder
te alucinar pelo estopim
Que
deixa esta amazona como a inflama
(Miguel
Eduardo Gonçalves)
CVIII - SERPENTEANTE
Naqueles
olhos acordados como festa
O meu sentir pelo que vejo desjejua
Como se à luz de um novo esboço a visse nua
Desenharia ela insuspeita e ao que se presta
Na dança em que uma perna aponta para a lua
Palpita a marca umedecida que me arresta
E entre os cabelos dessa boca na floresta
Luzindo mostra-se rubor que se acentua
Segue o delírio debruçado na visão
Treme o pincel que em tinta expele um ser ardente
Daquelas coxas separadas de paixão
Eis que onde corre o pensamento mais carente
Nestas palavras que inexplicam a razão
Mora a pintura de um poeta de repente
O meu sentir pelo que vejo desjejua
Como se à luz de um novo esboço a visse nua
Desenharia ela insuspeita e ao que se presta
Na dança em que uma perna aponta para a lua
Palpita a marca umedecida que me arresta
E entre os cabelos dessa boca na floresta
Luzindo mostra-se rubor que se acentua
Segue o delírio debruçado na visão
Treme o pincel que em tinta expele um ser ardente
Daquelas coxas separadas de paixão
Eis que onde corre o pensamento mais carente
Nestas palavras que inexplicam a razão
Mora a pintura de um poeta de repente
(Miguel
Eduardo Gonçalves)
CVII - ARRANCANDO VERTIGENS
Pupilas
que me dão a imaginar
Tão
grandes que cintilam ao luar
Teus
olhos resplandecem iguarias
Parecem
o meus sois das noites frias
Lençol
pegando fogo de alagar
Por
tal calor se expande pelo ar
Distante
em céus imensos de euforias
Triunfos
sussurrantes que vivias
Em
ser a que abraçasse devagar
Um
tal que te fizesse suspirar
E
separar as pernas na folia
E
desse haver tão grande o desejar
Quisesse
a meu juízo ser um mar
De
falta de pudor que te encheria
(Miguel Eduardo Gonçalves)
CVI - FRENESI
No
carinho das noites estreladas
Mítico
para ser todo delírio
Na
seara de vozes encantadas
Timbra
singelo tom como colírio
A
noite está de mãos deliciadas
Tão
cúmplice de nós, em prata lírio
A
perpetrar nas áreas mais sagradas
Onde
o prazer invade quente e frio
Cálice
borbulhante de cristais
A
retinir os ais inquietamente
Por
suspiros letárgicos, -demais-
No
frenesi dos corpos mais demente
Radiante
gosto, campos siderais
Numa
boca enroscada em cada ventre
Miguel
Eduardo Gonçalves
quinta-feira, 5 de junho de 2014
CV - Prazer por Prazer-
Prazer por Prazer-
Nas paixões a razão se destempera
E a constância apalpada do momento
Por gemidos que ferve a ilustre fera
Rasga o véu que segura meu intento
Sassarica a insistência que acelera
Delicada a virilha e o assanhamento
Que se empinam em férvida atmosfera
A se impor no furor em que me invento
Tu, fortuna lasciva, és fértil saga
Rubra veste deitada em belo vício
Do apogeu que a tilinta e não se apaga
E à porta de um desejo vitalício
Exercita-se a amante que me flagra
Respaldado em sorriso tão factício
(Miguel Eduardo Gonçalves)
quarta-feira, 4 de junho de 2014
CIV - Por ti...
Por ti este cenário incrível
Premente derreter picante
Em que se exerce à brasa lenta
Sentido partilhado em jeitos
Libido habitual sensível
Presente do sussurro em diante
Que faz numa só voz e inventa
O espasmo a gotejar conceitos
E nesse haver que abarca o ser
Sem sela, em pelo a intimidade
Pueril no jogo se desdobra
Deseja até o amanhecer
Do orgasmo em toda saciedade
Prazer em ondas que se cobra
Miguel Eduardo Gonçalves
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