sábado, 23 de julho de 2011

LV- Bastante nos furores do "eu lírico"

De um primoroso ver aonde alcança
Em cada rima fácil o que adivinha
Dos soberanos versos que afiança
Habitarem em cada entrelinha
As cores todas próprias da festança
Na vida a natureza como aninha
A pena do poeta nessa andança
Que tanto no sentir redemoinha
Na mais indiferente solidão
Pois que o momento feito no abstrato
Acresce a cada letra uma razão
E expande-se vontade o refutado
Prazer do sangue novo da paixão
Que assim passa a valer como recado

Miguel Eduardo Gonçalves

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