Sopro forte toando horripilante
Timbre tocando o sangue, a inconsequência
Presente em forma vã, grande insolência
Que indulta a clara inépcia num instante
E quanto faz verdade na insistência
Caos humano, febril e meliante
No rito de um monólogo lesante
Querendo fazer crer que há decência
Nesse amargor perverso como sina
Haver certeza tanta que imagina
Ser-lhe decerto a forma que não esgarça
Que possa transcender à obra divina
Nos resíduos da vida que disfarça
O que em memória esconde numa farsa
Miguel Eduardo Gonçalves-
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