quinta-feira, 10 de julho de 2014

CXIV - AREAL...


Areal...

O tempo vai passando e pode tanto
Deixado caprichosamente ao vento
Paisagem fina acarinhando o encanto
Razão maior que fisga o pensamento.

Deserto é rio sem margem, entretanto
Só ele, monstro devorante e isento  
É foz qualquer que não entende o pranto
Velando olhares já sem fingimento.

O laço aperta a sorte agudamente
Falar o quê, se esse é o destino
Que intato permanece e vai contente?

Fugaz paixão de um coração ferino
A contemplar meus males, que eloquente
Porém na solidão em que alucino!


(Miguel Eduardo Gonçalves)