quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

XXXII - MAESTRO

























MAESTRO

Sou a batuta que me tem
Pois sei que nela existe vida
Na harmonia daqui e além
Dando aos acordes a investida

Esta, que entre as coisas mais raras
O belo oferece aos sentidos
E os deslumbram com suas aparas
Canções de domar os ouvidos

Diante de mim, grande feitiço
Aos olhos emprestam a chama
Místico bálsamo, por isso

É como a luz que ampara e guia
Lua cheia, sê minha efígie
Sol meu que nunca se esvazia

Miguel Eduardo

domingo, 16 de janeiro de 2011

XXXI - DA ARTE

























DA ARTE

Como um simples olhar ao léu
Numa noite claro-cristal
Foi quente sol que ardeu de ti
Necessário como previ

Emboscada que o falo incita
Desabrochou na flor proibida
E tal serpente em bote certo
Foi breve instinto a descoberto

Como pele que das carícias
Flui, de súbito retesando-se
No ávido afã das malícias

E nesse afago a solução
Despertou claríssimo apelo
Delírio da salivação

Miguel Eduardo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

XXX - SEIVA DA ENERGIA

























SEIVA DA ENERGIA

Pupilas de fazer imaginar
Do jeito que cintilam ao luar
Que os olhos resplandecem iguarias
Parecem quentes sóis em noites frias

Lençóis que pegam fogo de alagar
Certo calor se expande pelo ar
Distante em céus imensos de euforias
Nas íris em sussurros tu vivias

E nesse haver tão grande o desejar
Pusesse o meu juízo a ser um mar
Que a falta de pudor me fartaria

Em ser quando me abraças devagar
Paixão em que te fazes suspirar
E separar as pernas da folia

Miguel Eduardo