quarta-feira, 25 de abril de 2012

LXVIII - SEQUESTRO DE MENTES

SEQUESTRO DE MENTES

A vida mostra aqui, não mostra lá
O que diante dela se vislumbra
E não desaparece pelo ar
Se não acreditamos que retumba

Atores, num tablado em tafetá
Tecido, exibem prova que deslumbra
Cingindo em maravilhas o altar
De uma crença, tolice que os incumba

Abracadabra em passe de um ser nulo
A ignorância preenche, que bajula
Quem cegamente crê em caricatura

Uma 'virgem qualquer' é seu casulo
Sensação que o ilumina como cura
Lavagem cerebral que inspira e adula

Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 9 de abril de 2012

LXVII - Profundo amanhecer...

Profundo amanhecer de altivo aspecto
Daquela onipotente fresta nasce
E tudo se alvoroça e faz-se inquieto
É o fogo fortemente como esparze

Nos cobre impetuoso e circunspecto
O sol pela janela sem impasse
Explode no colchão já não secreto
De um mundo de paixões descobre o enlace

Põe luz nos movimentos que almas têm
Prodígio que faz doce a humanidade
Lambendo-lhe as carnes sem desdém

Submete cada mente e a intimidade
E à sombra de seu manto nos mantém
Com força renovada de verdade

(Miguel Eduardo Gonçalves)