quinta-feira, 23 de julho de 2015

CXXVII - QUE SEJA ARDENTE...



Vejo que somos dois numa palavra apenas
Selada sorte tem viver de mais valia
Co’este desejo teu, sutil, com que me acenas
Irresistível ser que freme e a mim se alia

Nessa alquimia vem se revelar de leve 
Com a mesma rapidez de um teu picante olhar
E nessa fúria atroz para meu tempo breve 
As minhas horas voam como a fagulhar

É abraçar maior que vai amotinado
Qual pecado se impor para fruir desejo 
E em pé de guerra vou, como um bandido armado 
À intimidade ser um mar só de chamejo

É esse o desafio de ser o que germino
De à eternidade estar sorrindo esse destino


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CXXVI - PAIXÃO NOVA


É hábito, é sal, paixão sortida
Assalta-nos de pronto, imutável
Como a respiração a nós visita
Porque a razão do mundo é ser palpável
É a cor de cada idade o inexorável
Mas não frequenta o tempo que me fita
Esse que se apresenta inadiável
É eterno em cada hora a ser vivida
Grande sonho que traz o bem querer
E em frasco de perfume raro acaba
Como um olhar que acende a madrugada
Cenário de uma nova temporada
Verifica-se em róseo amanhecer
Na externada beleza que faz crer
Miguel Eduardo Gonçalves

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

CXXV - Promessas...

arte - gabriele rigon


Constróis promessas... Sob o olhar em ti,
Desejos meus em mágico sentido
De um gesto apenas, como nunca vi,
Na sempre hora em fogo pervertido.

Mãe noite inquieta o grito, refleti,
Enquanto no teu rosto alvorecido,
Anseios por prazeres inscrevi,
Qual fluido de uma flor se faz cupido...

Sublime, sobre mim a eternidade,
Se faz mais forte chama, enquanto excita,
Flexível e habilmente a afinidade.

Dourado pólen que te veste e habita,
Na hora do calor que é tempestade,
Certeza colorida me exorbita!

Miguel Eduardo Gonçalves